menu

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Capítulo I: Mitos - O Despertar do Mundo e a Nascente da Eternidade

Dez mil anos antes do primeiro embate entre orcs e humanos na Primeira Guerra, o mundo de Azeroth era formado por um continente gigantesco, rodeado pelos oceanos. Aquela terra, Kalimdor, era o refúgio de inúmeras raças e criaturas, todas em constante luta para sobreviver entre os elementos selvagens do novo mundo. No centro do sombrio continente havia um lago de energias incandescentes que receberia o nome de Nascente da Eternidade e era o coração da magia e do poder natural do mundo. A Nascente funcionava uma fonte mística que sugava as energias da Grande Treva, que se estendia para além de tudo, e as enviava para todos os cantos do mundo, alimentando a vida nas mais maravilhosas formas.

No devido tempo, uma primitiva tribo de humanoides de hábitos noturnos chegou, cautelosa, às margens do feérico lago encantando. Aqueles humanoides selvagens e nômades, atraídos pelas estranhas energias da Nascente, construíram habitações rudimentares nas calmas margens do lago. O tempo fez com que os poderes cósmicos da Nascente afetassem a tribo, tornando seus habitantes fortes, sábios e virtualmente imortais. A tribo adotou o nome Kaldorei, que significava "filhos das estrelas" em sua língua nativa. Para celebrar o florescer de sua sociedade, construíram prédios e templos grandiosos nas cercanias do lago.

Os Kaldorei, ou elfos noturnos, como seriam mais tarde conhecidos, adoravam a deusa da lua, Eluna, e acreditavam que ela repousava no fundo cintilante da Nascente durante o dia. Os primeiros sacerdotes e videntes noctiélficos debruçaram-se sobre estudos acerca da Nascente, guiados pela insaciável curiosidade de desvelar seus segredos e poderes. Com o desenvolvimento da sociedade, os elfos exploraram as outras regiões de Kalimdor e descobriram os demais habitantes. De todos, os antigos e poderosos dragões foram os únicos verdadeiramente impressionantes. Embora as grandiosas feras se mostrassem reclusas, elas faziam muito pela proteção das terras. Os elfos noturnos descobriram que os dragões haviam tomado para si o papel de protetores do mundo – e concordaram que guardiões e seus segredos deveriam permanecer intocados.

A curiosidade dos elfos noturnos fez com que eles estabelecessem laços fraternais com várias entidades de poder, entre as quais o semideus das florestas primevas, Cenarius. O benevolente ser desenvolveu uma afeição profunda pelos inquisitivos elfos noturnos e dedicou muito tempo a ensiná-los sobre a natureza. Os tranquilos Kaldorei desenvolveram forte empatia pelas florestas vivas de Kalimdor e se deleitavam com o equilíbrio harmonioso da natureza.

Com o passar de incontáveis eras, a civilização noctiélfica expandiu-se em território e cultura. Seus templos, estradas e lares espalharam-se por todo o continente sombrio. Azshara, a linda e dadivosa rainha dos elfos noturnos, construiu um maravilhoso palácio às margens da Nascente. Os salões repletos de riquezas abrigavam os servos favoritos da rainha, que acolhiam todos os seus comandos e acreditavam ocupar um patamar superior ao de seus irmãos. Os favoritos foram batizados pela rainha como Quel’dorei, ou “altaneiros”. Ainda que a rainha fosse igualmente amada por todo o seu povo, os altaneiros eram secretamente invejados e desgostados pelo restante dos elfos noturnos.

Compartilhando da curiosidade dos sacerdotes pela Nascente da Eternidade, Azshara ordenou que os Altaneiros revelassem os segredos e o verdadeiro propósito da Nascente no mundo. Assim, os obedientes súditos lançaram-se ao estudo da Nascente incessantemente e, com o tempo, desenvolveram a habilidade de controlar as energias cósmicas das águas do lago. À medida que os experimentos prosseguiam, os elfos encontraram maneiras de usar o poder para criar e destruir conforme seus caprichos. Os imprudentes Altaneiros haviam encontrado magia primitiva e se devotariam ao domínio de tamanha força. Mesmo conscientes de que a magia poderia ser perigosa se manipulada de forma irresponsável, Azshara e seus seguidores começaram a praticá-la de negligentemente. Os eruditos noctiélficos, bem como Cenarius, advertiram que brincar com as artes mágicas, claramente voláteis, só poderia resultar em calamidade. Mas a rainha e seus fiéis súditos continuaram, obstinados, a expandir seus poderes cada vez mais vastos.

A expansão de poder perpetrou modificações notáveis em Azshara e nos Altaneiros. A altiva classe superior se tornou cada vez mais dura, até mesmo cruel, com seus irmãos noctiélficos. A beleza hipnótica de Azshara foi coberta por um soturno véu de sombras. Ela se afastou de seus queridos servos e se recusava a interagir com qualquer um que não fizesse parte de sua elite de sacerdotes Altaneiros.

Um jovem estudioso dedicado às primitivas artes druídicas chamado Malfurion Tempesfúria suspeitou que um poder terrível estava corrompendo os Altaneiros e sua amada rainha. Embora não pudesse imaginar o mal que estava por vir, ele sabia que a vida dos elfos noturnos seria mudada para sempre...

Nenhum comentário:

Postar um comentário