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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Capítulo II: O Novo Mundo - Os Guardiões de Tirisfal

2.700 anos antes de Warcraft I

Com a ausência de trolls nas terras do norte, os elfos de Quel'thalas se concentraram na reconstrução de seu glorioso lar. Os exércitos vitoriosos de Arathor voltaram para casa, nas terras do sul, em Strom. A sociedade humana de Arathor cresceu e prosperou, mas Thoradin, receoso de que uma extensão exagerada do reino acabasse por fracioná-lo, manteve o centro do império arathoriano em Strom. Após muitos anos de paz e crescimento do comércio, o poderoso Thoradin morreu de velhice, deixando a nova geração de Arathor livre para expandir as fronteiras do império além das terras de Strom.

Os cem magos originais, que haviam aprendido a arte da magia com os elfos, expandiram seu poder e estudaram as disciplinas místicas da conjuração de feitiços a fundo. Escolhidos por sua determinação e nobres espíritos, os cem magos sempre usaram a magia com cuidado e responsabilidade. Contudo, eles passaram seus segredos e poderes a uma geração que não conhecia os rigores da guerra ou a necessidade da autoimposição de limites. Os novos magos começaram a praticar a magia para obter ganho pessoal, e não para cumprir um dever ou por responsabilidade perante seu povo.

Com a expansão do império, os jovens magos se dispersaram pelas terras do sul. Manipulavam seus poderes místicos para proteger seus irmãos das criaturas selvagens, e tornaram possível a construção de novas cidades-estado em áreas inóspitas. Porém, à medida que seu poder crescia, os magos se tornavam mais arrogantes e isolados do resto da sociedade.

A segunda cidade-estado de Arathor, Dalaran, foi fundada ao norte de Strom. Muitos teurgos jovens trocaram as restrições de Strom por Dalaran, onde esperavam ter maior liberdade para usar seus poderes. Os magos usaram suas habilidades para construir as torres encantadas de Dalaran e se debruçaram com satisfação sobre o estudo da magia. Os cidadãos de Dalaran toleravam o comportamento dos magos e construíram uma economia poderosa sob a proteção oferecida pelos usuários de magia. No entanto, quanto mais pessoas praticavam as artes mágicas, mais o tecido da realidade em volta de Dalaran se fragilizava e se rompia.

Os agentes sinistros da Legião Ardente, banidos com a destruição da Nascente da Eternidade, foram atraídos de volta ao mundo pelo uso inconsequente da magia pelos magos de Dalaran. Os demônios eram relativamente fracos e apareceram em número pequenos, mas foi o suficiente para causarem confusão e caos nas ruas de Dalaran. A maioria dos incidentes foram eventos isolados, e os magocratas governantes fizeram o possível para mantê-los ocultos da população. Os magos mais poderosos foram enviados para capturar os fugidios demônios, mas não raro eram sobrepujados pelos agentes solitários da poderosa Legião.

Após alguns meses, o populacho supersticioso começou a suspeitar que seus governantes feiticeiros estavam ocultando algo terrível. Rumores de revolução corriam as ruas de Dalaran e os cidadãos paranoicos questionavam as motivações e práticas dos magos antes por eles admirados. Os magocratas, temendo uma revolta leiga e uma intervenção de Strom, se voltaram para os únicos que entenderiam seu problema: os elfos.

Ao saber das novas de atividades demoníacas em Dalaran, os elfos prontamente enviaram seus mais poderosos feiticeiros para as terras humanas. Os teurgos élficos estudaram as correntes de energia em Dalaran e fizeram relatórios detalhados de todo tipo de atividade demoníaca que encontraram. Eles concluíram que, embora houvesse apenas uns poucos demônios espalhados pelo mundo, a Legião permaneceria uma ameaça enquanto os humanos continuassem a manipular as forças da magia.
A Assembleia de Luaprata, que governava os elfos de Quel'thalas, fez um pacto secreto com os senhores magocratas de Dalaran. Os elfos contaram aos magocratas a antiga história de Kalimdor e da Legião Ardente, que permanecia um perigo para o mundo. Eles informaram os humanos de que, enquanto eles continuassem a usar a magia, teriam de proteger seus cidadãos dos agentes maliciosos da Legião. Os magocratas propuseram que um campeão mortal fosse encarregado de receber seus poderes e lutar a guerra infindável contra a Legião em segredo. Eles enfatizaram que a maioria da humanidade nunca poderia saber sobre os guardiões ou sobre a Legião, por medo de que eles se revoltassem, guiados pelo medo e pela paranoia. Os elfos concordaram e fundaram uma sociedade secreta que zelaria pela seleção do Guardião e que ajudaria a impedir a escalada do caos no mundo.
A sociedade realizava suas reuniões secretas nas sombrias Clareiras de Tirisfal, o primeiro lugar em que os elfos se instalaram em Lordaeron. Eles chamaram a seita secreta de Guardiões de Tirisfal. Os campeões mortais escolhidos para serem Guardiões eram imbuídos de poderes incríveis, tanto de magias élficas, quanto humanas. Embora só houvesse um Guardião por vez, eles detinham um poder tão tremendo que conseguiam lidar sozinhos com os agentes da Legião onde quer que estes fossem encontrados. O poder do guardião era tão grandioso que apenas o Concílio de Tirisfal tinha permissão para escolher os potenciais sucessores do manto da guarda. Sempre que um guardião se tornava velho demais, ou ficava exaurido pela guerra contra o caos, o Concílio escolhia um novo campeão e, sob condições controladas, todo o poder do antigo Guardião era canalizado para o sucessor.

Várias gerações se passaram em que os guardiões defenderam as massas humanas em toda a extensão de Arathor e Quel'thalas da ameaça invisível da Legião Ardente. Arathor cresceu e prosperou, e o uso da magia se espalhou pelo império. Enquanto isso, os Guardiões se mantiveram vigilantes para qualquer sinal de atividade demoníaca.

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